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Nota de esclarecimento

Procuradores da República que integraram a força-tarefa Lava Jato esclarecem sobre recentes divulgações de supostas mensagens

Os procuradores da República que integraram a força-tarefa Lava Jato prestam esclarecimento sobre recentes divulgações de supostas mensagens.

1. Os procuradores da República que integraram a força tarefa Lava Jato reafirmam que não reconhecem a autenticidade e a veracidade das mensagens criminosamente obtidas por hackers que estão lhe sendo atribuídas. Os supostos diálogos constantes nessas mensagens, editados, descontextualizados e deturpados, vêm sendo utilizados de forma deliberada e sistemática para fazer falsas acusações contra a operação, sem correspondência na realidade, por pessoas movidas por diferentes interesses que incluem a anulação de investigações e condenações.

2. No caso específico, ainda que os diálogos tivessem ocorrido da forma como apresentados – embora não se reconheça o seu conteúdo, seja pelo tempo, seja pela ordem em que são apresentados, seja pelo conteúdo – as mensagens sobre as investigações envolvendo o presidente mostram, evidentemente, somente uma brincadeira entre colegas de trabalho.

3. Qualquer interpretação diferente que se faça da questão seria totalmente contrária ao contexto jocoso revelado pelas próprias supostas mensagens.

4. Some-se que qualquer interpretação diferente não tem qualquer amparo na realidade. A força-tarefa do caso Lava Jato em Curitiba tinha atribuição limitada à investigação de crimes relacionados às empresas do Grupo Petrobras, de forma que nunca realizou, absolutamente, quaisquer investigações em relação ao atual presidente ou a sua família. Assim, não tinha acesso a quaisquer informações, sendo absurdo que pudesse ter vazado dados a que jamais teve acesso. As investigações a respeito da família do presidente sempre estiveram a cargo do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ), não guardando qualquer relação com a força-tarefa Lava Jato no Paraná.

5. Por fim, na época, as notícias davam conta de que o senador Flávio Bolsonaro defendia a tese de que o Coaf precisava de autorização judicial para compartilhar informações com o Ministério Público, o que não teria acontecido na sua investigação. É possível que os procuradores tenham feito comentários sobre esse e outros fatos envolvendo a investigação sobre a família do presidente, a partir das notícias de imprensa, mas sem qualquer conhecimento ou atuação direta sobre os fatos e provas do caso.

6. Assim, a circunstância de meramente se fazerem comentários sobre fatos publicados na imprensa a esse respeito, ou sobre outras investigações públicas não relacionadas à Lava Jato, se ocorreram do modo como publicados, não significa ou autoriza a conclusão leviana de que existiria investigação em desfavor do atual presidente ou seus familiares.